segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Fachada Ventilada - Projeto Brasileiro no Energy Forum 2009 - Bressanone - Itália

Aplicação de fachada ventilada na busca do conforto térmico, utilizando arquitetura bioclimática em edifício multi-funcional no sul do Brasil.



Num momento em que o problema do aquecimento global evidencia que o planeta corre sérios riscos ambientais, ressaltando a importância da economia energética, nada mais acertado do que investir no uso de tecnologias sustentáveis, principalmente nos países em processo de desenvolvimento, como o Brasil.




Localizado em Porto Alegre/RS/Brasil, latitude 33, o presente projeto engloba um programa complexo, com um edifício de escritórios, um flat executivo, centro de convenções, restaurante, salas comerciais, cinema, bares. Inserido na lógica urbana e pertinente na sua verticalidade, está pensado desde o primeiro instante para ser um local onde o homem contemporâneo possa desenvolver todas as atividades que necessita - habitar, trabalhar, se divertir - na linha cada vez mais tênue de tempo que possui.




As características climáticas de Porto Alegre - clima subtropical úmido, com variações de temperatura de até 20ºC num mesmo dia - exigem uma solução projetual flexível que favoreça ao aquecimento dos ambientes internos no inverno e ao resfriamento no verão. Por isto o projeto contempla uma fachada ventilada com duas camadas de vidro, que além de ser o elemento compositivo mais importante no conjunto, faz com que os edifícios sejam favorecidos com ventilação e iluminação naturais, controlando os ganhos solares, bloqueando o ganho excessivo de energia e favorecendo a ventilação natural.




Como se dá o funcionamento da fachada ventilada?



Nos dias frios o sistema é vedado, favorecendo o aquecimento do ar que circula por termo fusão entre o ambiente e as duas camadas de vidro, com renovação controlada do ar.

Nos dias quentes o ar entra por aberturas localizadas na zona fria - que tem predominância de incidência dos ventos na região - percorrendo o pavimento e entrando de maneira controlada na fachada ventilada, subindo pelo efeito chaminé até o topo, onde ocorre a saída do ar quente e a indução da entrada do ar. O funcionamento do sistema de ventilação garante que todos os pavimentos tenham a mesma vazão de ar com o ângulo de abertura das esquadrias.




O projeto elaborado também se utiliza de painéis de concreto arquitetônicos - sistema construtivo Building Shell – tendo em vista as propriedades térmicas, que favorecem o conforto térmico dos ambientes internos, e a economia gerada pela industrialização da construção civil. Além disto possui sistema de coleta da água da chuva, captação de energia solar, terraços verdes, uma praça interna arborizada.


Em suma o projeto busca o conforto tanto no inverno quanto no verão, levando em consideração a sustentabilidade através de utilização de arquitetura bioclimática, associando técnicas de ventilação natural e termo fusão.




A proposta compositiva busca imprimir a rede de relacionamentos do homem contemporâneo: Contrapor a flexibilidade com a rigidez no jogo não ortogonal da estrutura de fixação da caixilharia da fachada ventilada com a modulação das esquadrias dos painéis de concreto arquitetônicos.




Evidencia a necessidade de construir e aprender novos valores, hábitos e tradições em função das novas referências sociais e da humanidade, mudando a maneira do homem se relacionar com o mundo. Estabelecendo uma relação de respeito e troca com o meio ambiente.


--

Sub-títulos: (1) Fachada Inteligente; (2) Aquecimento solar; (3) Arquitetura Bio-climática
Palavras chaves: (1) Ventilação natural; (2) Termo fusão; (3) Conforto térmico; (4) Fachada Ventilada


Autor:
Carolina Esteves da Silva, Arquiteta e Urbanista
Orientadores:
Prof. Vera Lúcia Dutra Mascarello, mestre em arquitetura e urbanismo, UNISINOS
Prof. Leandro Dalla Zen, mestre e doutor em Alternativas de energias renováveis, UNISINOS


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Efeito Borboleta

A versão popular da teoria do caos diz que o bater das asas de uma borboleta pode até resultar em um tufão do outro lado do mundo.

Tão singela e bela a borboleta. Um ovo, uma larva, uma pupa e enfim a borboleta.



Como poderíamos descrever o efeito ser humano??? Quantos pensamentos passam pela cabeça nessa interrogação? Primeiro um feto, um bebê e enfim um ser humano. Com um significado tão diferente comparado ao da transformação da larva em borboleta. Nossa transformação ocorre dentro de outro corpo, velada e totalmente dependente. O significado disto pra mim é que precisamos muito ser acolhidos. Desde a concepção até a morte. Impossível sobreviver só.

Porém o efeito ser humano é impactante, numa proporção absurdamente diferente do bater de asas da borboleta e o seu tufão. Estamos acolhidos num planeta perfeito e o destruímos. Isto me faz crer que algo está errado.

Estes dias, deparei-me com o seguinte pensamento: todos os animais estão perfeitamente adaptados ao meio ambiente, exceto o homem que o muda constantemente. Por quê?

Porque não conseguimos nos adaptar? Porque forçamos que o meio se adapte a nós? Construindo e destruindo e construindo e destruindo...

Ah que grande a missão é esta dos homens deste milênio. Temos que nos adaptar ao planeta, parar de destruí-lo.

Como arquiteta eu posso contribuir projetando e construindo com responsabilidade. Os casulos em que passamos a maior parte do tempo podem e devem estar em harmonia com o meio ambiente.

Como ser humano posso mudar as minhas ações no dia-a-dia, pequenas e significativas mudanças. Eu imagino o efeito borboleta nestas ações, em alguns anos mudando a maneira de habitar este mundo.

Quem sabe ainda temos tempo. Se a atitude mudar podemos continuar vivendo neste planeta. Nós, seres humanos e as borboletas.